Para alguns parece bobagem, por não acreditarem no assunto. Para outros é perda de tempo, por não acreditarem nos resultados. Mas a verdade é que a campanha do Setembro Amarelo é algo muito maior do que falar diretamente sobre prevenção ao suicídio. 

Encaro como uma oportunidade de chamar atenção para falar sobre a saúde mental, sobre o momento psicológico, sobre a necessidade de nos cuidarmos espiritualmente. É o momento de cuidarmos do nosso lado mais humano, daquilo que não é palpável, que nós não tocamos, não enxergamos com os olhos. É momento de tratarmos daquilo que é simplesmente sentimento, que está no coração, que quando é bem cuidado nos leva à felicidade suprema. 

O direito é uma ciência humana que busca regular a relação entre as pessoas para que se possa conviver harmonicamente. A Advocacia, dentre as suas muitas atuações, tem a missão de solucionar conflitos entre as pessoas, de buscar aproximá-las, de entregar a elas a possibilidade de uma convivência harmônica.  

Não raramente, nas consultas na Advocacia, lidamos com problemas entre pessoas cuja constatação nos leva a acreditar que não se trata de um problema essencialmente jurídico. Não é bem uma dúvida sobre direitos. Não é bem a interpretação jurídica. Às vezes o problema de convivência entre pessoas surge pelo momento de desequilíbrio de sentimentos de uma ou de todas as pessoas. 

Essa é uma experiência que vivo diariamente na minha profissão de advogado.

A angústia, a falta de motivação, a ansiedade, o impulso descontrolado, levam o ser humano a praticar atos anormais. Alguns são classificados como crime. Outros, ficam apenas no desconforto entre as pessoas envolvidas direta ou indiretamente. 

E a solução, nesses casos, para melhor resultado, não é a solução jurídica pura. A decisão judicial não tem o efeito mágico de converter pessoas em desequilíbrio com os seus sentimentos e corre até o risco de agravar a relação entre as pessoas. 

Com maior destaque, os conflitos familiares que levam a divórcio, pensão alimentícia, abandono afetivo, perda de guarda de filhos, muitas vezes podem ser resolvidos fora da Justiça, sem a necessidade de uma decisão judicial. A conciliação e a mediação jurídica, sem dúvida, são ótimas ferramentas para o reencontro entre as pessoas e devem ser usadas. 

Mas a melhor solução pode ser simplesmente o reencontro de cada pessoa consigo mesmo. Equilíbrio emocional, saúde mental, motivação, fé, tudo isso leva a uma paz de espírito que aproxima as pessoas. 

Para isso, existe uma variedade gigantesca de opções que podem auxiliar na recuperação e no desenvolvimento individual de cada pessoa. Profissionais de saúde física e mental, terapias, religião, são algumas das opções que estão ao alcance de todos. 

Portanto, o Setembro Amarelo nos chama para muito além da vida. É a oportunidade de nos enxergarmos como animais dotados de razão, mas sobretudo de coração, movidos por sentimentos e que necessitam de afeto para uma vida equilibrada e saudável. 

Vamos ao reencontro com nós mesmos! vamos oferecer o nosso melhor ao próximo! Vamos à felicidade! 

Isso é vida! 

Roberto Diniz
Advogado e secretário-geral adjunto da CAARN

13 respostas a “Artigo de Opinião: O Setembro Amarelo é de cada um de nós”

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